A CIGANA
A primeira vez que você leu a minha mão
Deixastes uma fogueira no meu coração;
Tanta paixão que iluminou esta escuridão,
O brilho de seu olhar te tornou sedução.
A segunda vez que você leu a minha mão,
Me tornou prisioneiro seu escravo então;
E o amor caudaloso inundou minha razão,
Como flores de outono rara fascinação.
Na terceira vez que você leu minha mão,
Me levaste para a cama nesta chama e tesão;
E agora quem lê o seu corpo ilusão,
Sou eu doce amor, seu senhor e peão.
*jorge Luis Borges
Guaíba (Rs) Brasil
03/2022
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