quinta-feira, 17 de março de 2022

A CIGANA

A CIGANA


A primeira vez que você leu a minha mão

Deixastes uma fogueira no meu coração;

Tanta paixão que iluminou esta escuridão,

O brilho de seu olhar te tornou sedução.


A segunda vez que você leu a minha mão,

Me tornou prisioneiro seu escravo então;

E o amor caudaloso inundou minha razão,

Como flores de outono rara fascinação.


Na terceira vez que você leu minha mão,

Me levaste para a cama nesta chama e tesão;

E agora quem lê o seu corpo ilusão,

Sou eu doce amor, seu senhor e peão.


*jorge Luis Borges

Guaíba (Rs) Brasil

03/2022




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