A CANGA
O homem do campo tem por sua cruz a canga,
Aquela canga que ele carrega, levando junto a ele o seu arado,
Da desigualdade e da opressão,
Sua perdição,a sua zanga.
Até quando ele terá que carregar a sua canga?
Herdada de seus antepassados;
Até quando? Até quando?
Pobre homem exaurido,
Homem sem futuro,
Homem escravizado.
O suor deste trabalho e o sangue a escorrer,
Sobre o seu lombo cravejado de cicatrizes;
E suas mãos cheias de calos,
Feitos por esta canga que ele carrega,
Carrega até morrer…
Pobre infeliz.
*JORGE LUIS BORGES
2020/10
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