SEM FIM
O vento geme por sobre as praças,
E o tempo passa, jamais retorna;
Tantos suspiros,luz nas vidraças,
Que me seduz, mas não conforma.
Ouço o riso de mil crianças,
Doces lembranças de um tempo antigo;
E sem castigo, ela de tranças,
A primavera, e meus amigos.
Agora estou, preso em um trono,
De abandono, eu e a saudade,
Que me abraça, mas sou seu dono.
Eu gosto dela e ela de mim,
E caminhamos na eternidade,
A um recomeço do eu sem fim.
*Jorge Luis Borges
Gravataí…Brasil/10/2023
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