DUZENTOS ANOS DE SONHOS
Duzentos anos de sonhos
Nestes corações agrestes;
Promessas que em vão fizestes,
Neste teu grito estranho.
De liberdade ou de mortes,
A paz flutuando em montanhas;
No tinir de espadas medonhas,
No desafio desta sorte.
Foi no grito do Ipiranga,
Que um novo Brasil nasceu;
Porém a guiada e a canga,
De nós não desapareceu.
Pelo contrário,cresceram,
Em meio de vãs promessas;
E está história nunca cessa,
Nos sonhos que aqui nasceram.
Duzentos anos e o grito,
Ainda retumba em mim;
Anuncio de um triste fim,
Flutuando no infinito?
*Jorge Luis Borges
Setembro de 2022
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