sábado, 16 de julho de 2022

ALMAS GÊMEAS

ALMAS GÊMEAS 


Era igual campo de flores;

Os ventos beijos de amores,

Tudo era encantado.


Nós vivíamos sorrindo,

Os dias era mais lindos,

As noites mais estreladas.


Caminhavamos pelos campos,

Da vida, sem medo ou pranto,

E os sonhos tão bom que era.


Nada de mal nós abalava,

O sol da vida brilhava,

Nesta nossa primavera.

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Chegou então o verão,

E nós nos dávamos a mão,

Em todo o caminhar.


Sorrisos e braços dados,

Aqueles abraços apertados,

Frenético modo de amar.


O sol ardente brilhava,

Nosso peito em vão queimava,

Caudalosos os nossos beijos.


O mar molhava seu corpo,

Tudo era gozo e conforto, 

Na ardência de nossos desejos. 

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Veio depois o outono,

Um mar de dúvidas e o engano,

As brigas e o recomeço.


As folhas secas caíram,

Nossos sorrisos sumiram,

E a gente pagou o preço.


Quase deu separação,

Da poesia e a canção,

Faltava rima no amar.


Mas conseguimos o ritmo,

Bem lá do fundo, no íntimo,

E a ternura foi retornar.

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Chegou por fim o inverno,

Naquele jeito fraterno,

De pintarmos a esperança.


Sim, pintarmos com paciência,

E enfeitarmos as ausências,

Com nossas doces lembranças.


Lembranças que fazem bem,

Que aqui no peito elas vem,

Naquele jeito que acalma.


E neste inverno da vida,

Estou com você querida,

Somos dois numa só alma. 


*Jorge Luis Borges

 Guaíba…072022


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