ABSURDO
Muitas vezes o absurdo é real,
E quando as raias da loucura impar,
Rastejam teimosamente rumo a nossa mente,
Um rasgo de compreensão baila em nosso olhar.
A naturalidade do incompreensível,
Toma o lugar do surrealismo,
E imagens as avessas num mundo mágico,
Nos leva a um cotidiano a beira do abismo.
O insano assim torna-se plausível,
As duras penas até é compreensível,
Neste oceano de loucas palavras,
Bailando no quadro abstrato do imprevisível.
E nada, nada preenche este caos aleatório,
Que deixa em cacos uma mente sã;
Na alvorada catastrófica da ilusão,
Onde o impossível penetra em nosso amanhã.
*Jorge Luis Borges
Guaíba, Fevereiro 2021
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