sexta-feira, 6 de novembro de 2020

SEM RUMO


SEM RUMO


Saudades de um tempo que não tive,

Saudades de lugares que não fui;

Vontade de ter alguém que me cative,

Correntezas de paixões que não mais flui.


E assim na lucidez da minha mente,

Persistem estas paixões, estas saudades;

Que um dia eu plantei, eram sementes,

E hoje árvores sem fecundidade.


Saudades que alimentei sem terem sentido,

De colher os frutos que alimentaria,

Esta paixão cruel...desenfreada.


E hoje aqui, irriquieto e poucos amigos,

Percebo que perdi meus belos dias,

Andando sem rumo nesta estrada.


*JORGE LUIS BORGES

 GUAÍBA/BRASIL

 2020/10


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