SEM RUMO
Saudades de um tempo que não tive,
Saudades de lugares que não fui;
Vontade de ter alguém que me cative,
Correntezas de paixões que não mais flui.
E assim na lucidez da minha mente,
Persistem estas paixões, estas saudades;
Que um dia eu plantei, eram sementes,
E hoje árvores sem fecundidade.
Saudades que alimentei sem terem sentido,
De colher os frutos que alimentaria,
Esta paixão cruel...desenfreada.
E hoje aqui, irriquieto e poucos amigos,
Percebo que perdi meus belos dias,
Andando sem rumo nesta estrada.
*JORGE LUIS BORGES
GUAÍBA/BRASIL
2020/10
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