O ESCREVEDOR
Fiz tantas poesias,
Paz, amor e alegria;
Coloquei no papel.
Pincelei muitas frases,
Crases e reticências, 
Me perdi em ciências, 
Eloquências e no fel.
Da escrita sem sentido;
Hoje eu falo comigo  
Me pergunto? Vale a pena?
Trago a alma serena,
E uma vida amena,
Ao lado do inimigo,
Que me aplaude e condena.
E minha válvula de escape, 
É a escrita que escrevo, 
Desde os tempos antigos.
Sou poeta? não sei,
Se escrevo? Isso eu sei;
Por amar a tristeza, 
Que ao vento espalhei.
*J.L.Borges ® 
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