ÚLTIMA HORA
A hora cansada parou de bater,
Agora sem nada eu sigo o caminho;
Levando a vontade de ter e de ver,
A rosa selvagem cercada de espinhos.
A noite é morosa e teima em ficar,
A lua mal brilha e as estrelas não aquecem;
As doidas cotovias que não querem cantar.
O relógio parou e cansado morreu,
Eu fiquei caminhando com a hora incerta;
No silencio da noite um portão mal bateu,
E uma sombra passou na porta entreaberta.
Meus passos retumbam na vil madrugada,
Falando baixinho ao meu coração;
Sussurros calados de vozes faladas,
Anseios e magoas desta solidão.
*J.L.BORGES
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