MOMENTOS
Há certos momentos do homem,
Em que a vida não passa;
Torna-se constante espera;
São dias negros de inverno,
Em busca da primavera.
Nestes dias o relógio silencia,
O sol preguiçoso estanca;
Tudo que era passageiro,
Fica barrado por uma tranca,
Elo de mais um dia rotineiro.
Há certos momentos do homem,
Em que nada dá certo;
O coração parece soltar,
Do peito que ficou aberto,
Com muitas dores a sangrar.
Nestes dias o radio fica mudo
Falta luz em nosso olhar,
O caminho fica escuro;
Dá até vontade de voltar,
De fugir deste futuro.
Mas a vida nunca para,
Nunca volta para trás,
Pois todos os dias são iguais
Os momentos seguem em filas,
Para o nosso nunca mais.
*J.L.BORGES
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