ASTERÓIDE
Todas as estradas que pego,
Tendem a levar-me ao encontro desta paz;
Arisca ave, sempre a escapulir, não nego,
Ave selvagem, passageira e nada mais.
No universo imutável, o desafio,
É apenas na escuridade um tênue grito;
Uma chama de sonhos por entre o frio,
Glacial de algum olhar covarde, olhar bonito.
Sem limites para amar sigo lentamente,
Igual um asteróide em colisão,
Deixando para trás a vã semente.
Sou ator, sou a toa, sou passagem,
Sou apenas um alguém na multidão;
Tentando suavisar minha aterrissagem.
J.L.BORGES
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