O VELHO E O CAVALO
No pampa mosqueado de branco encardido,
Um velho cavalo troteia solito;
Um velho cavalo e seu cavaleiro,
Num trote matreiro, rumo ao infinito.
São dois corpos incansáveis formando um só,
Duas almas imutáveis formando uma só;
No imenso caminho onde a estrada os convida,
A trotearem faceiros, fugirem do pó.
A noite foi embora, chegou madrugada,
Trazendo a geada a mosquear estes campos;
E os dois vão sumindo no vão da estrada,
Troteando ligeiro igual pirilampo.
O dia chegou trazendo histórias,
De espíritos vagantes que alguns vão narrar;
Porem a memória é teimosa eu sei,
Que o velho e o cavalo irão retornar.
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário