“FIM DE TARDE”
Vento que sopra e me arrepia,
Na longa estrada, torta e fria,
Ladrilhos expostos pelas calçadas,
Onde o jardim de defloradas,
Alegram os olhos do viajante.
Chuvas que caem a todo o instante,
Formando rios escandalosos,
Paixões gulosas num oceano,
De desenganos que a vida trás.
Enquanto isso longe navega,
Aqueles sonhos frágeis e singelos,
Que cortam o peito, rasgam e ardem,
Num fim de tarde,
Tão triste e belo.
A noite chega, lenta e estranha,
Enquanto alguns estão no fim,
De suas jornadas e outros começam;
Milhões de estrelas riscam o céu,
Depois morrem entre as montanhas.
*J.L.BORGES
Guaíba, 2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário