O RELÓGIO
O relógio segue sem piedade,
Marcando minutos, marcando horas;
Devorando um recente tempo,
Que já é ontem.
O seu tic-tac ressoa moroso,
Entoando uma canção sem fim;
Na sonoridade de um longo tempo,
Que foge ligeiro por labirintos.
Não tem descanso na sua labuta,
É o operário da eternidade;
Transformando o breve futuro,
Em presente e depois passado.
Imutável passaro de metal,
Batendo asas num sem dormir;
Em sua gaiola de vidro assiste,
O tempo a escorrer lá fora.
É a testemunha de outros dias,
Que jazem inertes em arquivos mortos;
Velho discípulo do sol,
Namorado do coração.
*J.L.BORGES
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