COQUETEL DE INSETOS
A lagartixa expia o movimento,
No bar de embriagados;
Conversas soltas ao vento,
Num tom apaixonado.
O garçom ouve um mosquito,
Dedilhando uma canção;
Que vem do infinito,
Ao nosso coração.
Ao longe a velha aranha,
Dormita em sua teia;
Seus sonhos são estranhos,
Na paz que até tonteia.
No bar velhos insetos,
Se encharcam de bebidas;
Na fuga do concreto,
De uma vida distraída.
São moscas e formigas,
Na mesa deste bar;
Conversas e intrigas,
Cigarras a trovar.
Sem medo do futuro,
Tão longe do presente;
Insetos que procuro,
No fundo destas mentes.
J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário