A CASA DA ETERNIDADE
O vento que beija o corpo,
Daquela que me alisa;
É a mesma brisa de outrora,
Que outros corpos beijaram.
A água que mata a sede,
Daquela que me sorri;
É a mesma água de outrora,
Um tempo que nunca vi.
O fogo que arde o corpo,
Daquela que me completa;
É a mesmo fogo complexo,
Que iluminou outras vidas.
A terra que suja as mãos,
Daquela que me abraça;
É a mesma terra com graça,
Que cobre os corpos passados.
A luz que ilumina a face,
Daquela que mais me beija;
É a mesma luz que viceja
Também em velhas memórias.
A casa velha de agora,
Daquela moça daqui;
É a mesma casa de outrora,
Num tempo que nunca vi.
*J.L.BORGES
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