sexta-feira, 2 de março de 2018

A CASA DA ETERNIDADE

A CASA DA ETERNIDADE

O vento que beija o corpo,
Daquela que me alisa;
É a mesma brisa de outrora,
Que outros corpos beijaram.

A água que mata a sede,
Daquela que me sorri;
É a mesma água de outrora,
Um tempo que nunca vi.

O fogo que arde o corpo,
Daquela que me completa;
É a mesmo fogo complexo,
Que iluminou outras vidas.

A terra que suja as mãos,
Daquela que me abraça;
É a mesma terra com graça,
Que cobre os corpos passados.

A luz que ilumina a face,
Daquela que mais me beija;
É a mesma luz que viceja
Também em velhas memórias.

A casa velha de agora,
Daquela moça daqui;
É a mesma casa de outrora,
Num tempo que nunca vi.

 *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário