VENTOS UIVANTES
Homens dementes cantam,
Ao som dos ventos uivantes;
Parecem lobos de outrora,
Cantando ao vento cortante.
Um gato mia, e o vento,
Gemendo sem ter verão;
Vento demente um desfio,
Machucando a solidão.
Lá fora está tudo frio,
Até meu peito consegue,
Ficar um pouco vazio.
Lá fora a vida não passa,
Só passa o vento uivante,
Chorando dentro da praça.
*J.L.BORGES
Porto Alegre.1988
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