SEM HORA PARA CHEGAR
Nesta rua entre aberta,
O amanhecer surge devagar;
Para iluminar minha vida deserta,
Que não consegue sonhar.
E o dia plácido e quente,
Trazendo um eterno verão;
Com guarapa e aguardente,
Pra afastar a solidão.
Me ponho a correr sozinho,
Sem vontade de cair;
Vou voando num caminho,
Sem vontade de sorrir.
E no meio da multidão,
Eu procuro o teu olhar;
Não encontro, e a solidão,
Vem no meu peito flutuar.
Lá vai ela com sua graça,
Com as magoas que ela me negou;
Vejo o digital da praça,
Me avisar que ainda não chegou.
E o tempo não chegou realmente,
Mas minha paixão teimosa teima;
Em te querer, mas bruscamente,
Percebo que o passado me queima.
*J.L.BORGES
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