PINGOS DE LUZ
A vida me ensinou a saber esperar,
A ter paciência sem perder a ilusão;
Pois mais valem cem pássaros a voar,
Do que um cativo no chão.
Não existe espeto em casa de ferreiro,
E sim uma gaiola a isolá-lo da vida;
E o pobre ser em seu cativeiro,
Toca uma canção na bigorna ferida.
Na sua paciência o ferreiro espera,
Eu espero também pois não tenho mais pressa;
Sem inverno eu sigo nesta primavera,
Cercado de flores, com muitas promessas.
Vai ano, vem ano e o mundo não para,
A vida escoa lentamente no rio;
Infinito que torna a existência tão rara,
Tão frágil e pendente na ponta de um fio.
Tornando assim valiosa a amizade,
Venha comigo e me de sua mão;
As luzes tremulam nesta linda cidade,
Fotografada e gravada em teu coração.
*J.L.BORGES
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