LUZ DO LUAR
As duas horas da madrugada,
Fingi que vi, mas não vi;
Hora que vem atrasada,
Me derreto de amor por ti.
São dez pras duas, quase duas,
Águas que nunca escorre;
Sem biter eu sinto as puas,
Da vida de um homem e o porre.
Eu sorvo então a maldade,
Misturada com o amor;
Que finge ter liberdade,
Na fragrância de uma dor.
E a fragrância vem sorrateira,
Como uma lebre a passear,
Na estrada passageira,
Ao som da luz do luar.
*J.L.BORGES
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