IMAGEM
Ao passar na deserta rua,
Eu vi tua imagem nua;
Leve vulto catamita,
Da voz quente e bonita.
Mostrando as curvas obscenas,
Daquela pele morena;
Pele trigueira e ardente,
Ágil como uma serpente.
Vi na face duas luas,
Perdidas naquela rua;
Prontas a me iluminar,
Como um bólido a me incendiar.
Tuas mãos pareciam correntes,
Elos cativos e ardentes,
Tuas coxas, duas palmeiras,
Leves, soltas e ligeiras.
Teus seios um facho de luz,
Que no meu olhar reluz;
Vi tudo naquela rua,
Ao fitar tua imagem nua.
*J.L.BORGES
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