quarta-feira, 8 de novembro de 2017

FARRAPOS


FARRAPOS

No remanso das tardes tardias,
Queinvade as aldeias tribais;
Vai solito o gaúcho altaneiro,
Desparsito, sem olhar para trás.

Vem s dias e se perdem os dias,
No infinito do campo celeste;
E o gaúcho de pelego nas costas,
Não se importa e nem troca de vestes.

Lá vai ele com calma e preguiça,
Contemplando o mormaço da tarde;
Na guaiaca leva patacões de saudade,
E um desejo que em seu corpo invade.

Eo gaúcho recorda a chinoca,
Que deixou lá nos pagos distantes;
Se recorda dos abraços antes dado,
E se lembra dos beijos cortantes.

No emanso das tardes tardias,
Sem rumo certo o gaúcho galopa;
Nos farrapos da bandeira encardida,
Ele vai ao encontro da tropa.

E o céu se tinge de sangue,
Na anunciação de um futuro sangrento;
O gaúcho farrapo se perde,
No horizonte do tempo e do vento.

 *J.L.BORGES

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