EU NA PEDRA
Ainda vai dar eu na pedra,
Ando voando e sonhado;
Com sorrisos que me negas,
Apertos de mãos apertando.
Eu sou eu, sou eu somente,
Com muita e muita vontade;
De num dia ardente e quente,
Correr com a liberdade.
Estou confinado no mundo,
De mil sonhos e quimeras;
Um mundo terno e imundo,
Carente de primavera.
Sou alcatrão da madeira,
Sou da madeira geral;
Pau brasilis, a verdadeira,
Era atômica boreal.
Ainda vai dar eu na pedra,
Com malicias de abril;
Caricias que tanto negas,
O meu carente Brasil.
*J.L.BORGES
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