quarta-feira, 1 de novembro de 2017

CAMAQUÃ ESTÁ VAZIO DIA 23 DE NOVEMBRO

CAMAQUÃ ESTÁ VAZIO DIA 23 DE NOVEMBRO

Camaquã se vestiu de flores,
Neste vinte e três de novembro;
Trouxe colares, trouxe cores,
Remendos que ainda lembro.

Coloriu bairro e vilas,
Com nostalgia e com graça;
Enfeitou até as praças,
Com bondes e papa-filas.

Fez eu sair pra fora,
De minha prisão interior;
Acabei com este bolor,
Mofos de um amor de outrora.

Desdobrei estas ruas,
Velhas ruas da cidade
Ruas de calçadas nuas,
Lembranças da mocidade.

Vou passar no casarão,
Morada das infelizes;
Tantas belas meretrizes,
Pra afogar a solidão.

Depois pra não fazer bobagem,
Cativar carinhos na alcova;
Alem do boa viagem,
No centro da vila nova.

Fazer milhões de loucuras,
Neste longo dia sem fim;
Vou prolongar minha procura,
Na bela vila jardim.

Pois meu coração está em festa,
Só não sei amor por quem;
Vou fingir que ando de trem,
No enigmático bairro floresta.

Não ria de mim, não ria,
Pois não quero me esquecer;
Dos beijos na olaria,
Roubados sem tu querer.

Vou levitar no azul céu,
Futuro desta cidade;
Com cravo preso ao chapéu,
Presente realidade.                      

    *J.L.BORGES


Nenhum comentário:

Postar um comentário